Ela esperou até um quarto de hora na arcada para ver se vinha aquela habitual bata branca. Nada!
Olhava para mim com os olhos semi-serrados e lágrimas no canto do olho. Mordiscou o lábio inferior mostrando ânsia, levantou-se, bateu com os pés no chão... levou as mãos à cara como quem grita por desespero. Abracei-a, mas ela afasto-se: nessas horas sei que o contacto fisíco é inimigo.
sentou-se e tornou a levantar-se. Os dedos nos fios lisos fazendo-se de pente para aquele "tique", levou a mão direita pelo ventre, olhou para mim e para o seu ventre: "Não quero, não quero".
Finalmente a graciosa bata branca vinha lá no fundo da sala com um papel na mão, o seu olhar frio, o seu andar despreocupado.
- Cat, acompanhe-me por favor.
Olhei para ela e pela santíssima de bata branca e vi-os afastarem-se de mim com tal rapidez indescritível.
Não sei o que se passou dentro daquela sala de paredes brancas e um toque tão impessoal. Sei que a esperança no rosto dela quando saiu da sala encheu o carro de alegria e de vazio.
São necessárias 192 horas obrigatórias para se ter a certeza que se enche de tristeza ou se esvazia de felicidade
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