sexta-feira, 12 de junho de 2009

O prólogo

Ela despiu-se lentamente. As cortinas do quarto mexeram-se com a brisa que lá de fora vinha. O seu corpo quente, marcado pelo sol, os seus gestos gentis, as suas formas deslumbrantes, ah! Tori era uma mulher encantadora.
Deitei-me a beira da cama, esperando que se atirasse nos meus braços, ao invés disso, atou-me uma fita aos olhos, pegou na minha mãe lentamente, e comecei a percorrer a minha mão sobre o seu corpo, cada planície, cada relevo, cada profundidade, e o arrepio no seu corpo como se estivesse a ler em braile.
Tori, desatou-me a venda dos olhos, sentou-se em cima de mim, agarrou na tesoura, fez amor comigo cortando seus longos cabelos à altura da sua orelha. Ficou linda, ainda que com aquele corte desalinhado. Fez amor comigo assim, e sussurrou-me ao ouvido qualquer coisa que não me soou nada naquele instante, mas que após o prazer ecoou a noite inteira.

1 comentários:

Anónimo disse...

Há livros intensos, daqueles que se lêem com prazer, com fulgor.
O prólogo deste parece-me auspiciar um bom começo... há que continuar.

São bons estes prazeres intensos... a leveza intensa do toque a abrir corpos em fogo... de onde foge qualquer indício de racionalidade... e entra em jogo a inebriante sensação das emoções realmente radicais!