Estava um sol de loucos, e a confusão por aquela cidade cheia de cores, por onde se destacavam bois pelas ruas, vi-a passar com um traje que mais parecia um 'semi-traje', e um pano de um transparente dourado a cobrir levemente os seus cabelos negros.
Atravessei montes de carros, pessoas a transpirarem, cães, e mais de um milhão de coisas que não sabia bem o que era, nem me preocupei em saber o que era pois a minha visão estava virada para ela.
Segui-a. Ela entrou aparentemente por uma loja que mais parecia um templo hindu-sindhi.
Passou por prateleiras de indumentárias, e finalmente entrou por uma porta. Segundos depois entrei.
Desci umas escadas e quando a vi despir-se, fiquei com o olhar parado naqueles gestos. Ela olhou para o espelho, e viu o meu reflexo.
Falou qualquer coisa em kanara, olhei-a sem dizer nada. Então apercebeu-se que não percebia nada.
- uudelleen kaunis. Disse ela.
Continuei sem perceber.
- és a Finlandesa? (disse em inglês muito atrofiada).~
- Ah,não.
- então o que fazes aqui?
- nada... er...vi-a passar e pensei que a conhecesse de algum sitio.
- Ok. Mas não me parece entãoque seja a pessoa que procuras. - Disse ela pintando os lábios com algo como uma rosa dourada, e um linquido com um aroma intenso.
- Desculpe... - Disse-lhe, dando meia volta e subindo as escadas em espiral curtas.
- Espere. Pareces dravidiana.
- O que é isso? - Perguntei eu o que era, com um ar suspeito.
Ela sorriu, os dentes tão brancos e tão perfeitos.
- negra indiana. és de onde?
- Angola.
- Ah... tenho um irmão que tem um negócio lá. és Linda.
Olhei para o corpo dela, as meias vermelhas que estavam por cima do joelho, de uma magreza falsa, e peitos muito redondos.
- bem... er-... obrigada.
- tu achas-me bonita?
olheia bem no fundo daqueles olhos escuros... estava tão escuro...
- és desejável!
Retirou as meias, e ligou o leitor de música. Aquela música inconfundível de Ravi Shankar que parece ser o 'orgulho' dos indianos.
Encostou-se a mim, fazendo-se debruçar sobre mim... Agarrei nos ombros dela:
- és desejável e atraente, mas não te amo.
Ela olhou para mim, vendo-me a retirar-me dali. E os primeiros raios de sol a iluminarem-me os olhos, pareciam quase cegar-me, pois vinha de um compartimento escuro. Lembrei-me que me esquecera da minha canon com ela.
Dei meia volta, e quando volte, reparei que havia uma espécie de orgia, e ela tirando fotos 'dela' com a minha máquina...
- eu sabia que voltavas... mudaste de ideias?
- não, vim buscar a minha máquina. Disse-lhe com um tom de voz trémulo.
Entregou-me a máquina, e uma série de cuecas feitas de lantejoulas e missangas .
Voltei a rua, e vi as fotos que tinha tirado. Eram obscenas. Ela era obscena.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
यह वांछनीय
Publicada por LoveTea à(s) 14:47
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