domingo, 25 de maio de 2008

c

- oi. que fazes?
- nada!
- como te chamas?
- Cat.
continuei a comer a torrada aparada, sem desviar o olhar da comida. Nem curiosidade tinha de olhar para aquela voz suave, que quase me tocava.
- bonito nome. Deve combinar consigo.
- é!
Com pouca paciência mordiscava pedaços grandes, para que aquele momento infinito se acabasse. Não me agradava a ideia de estar sentada ao lado de um estranho.
- estás apressada?
- um pouco.
- porque não me olhas?
parei por instantes, e reparei pelo espelho que estava em frente ao balcão que os estranho permanecia de óculos escuros. Pensei que deve ter ficado com o olho roxo de tanta ressaca da noite.
-não me respondes?
- realmente estou apressada. tenho que ir.
- estás triste eu sei. Vejo que o teu amor se foi.
Aquelas palavras ecoaram nos meus ouvidos, e os meus pensamentos foram de encontro ao passado.
- er... nota-se assim tanto?
- mais ou menos. A sua voz... (sorriu)
Olhei-o bem, ele era esbelto, elegante, e notava-se que era alto pelas pernas.
- ok, vou me encontrar com ele... pareço-te bem?
Agarrou na minha mão...
- és linda.
- Obrigada.
Tirei-lhe o meu cartão de visita, estiquei a mão e entreguei-o. Não obtive resposta.
- Oi???
- sim!
- aqui tens o meu cartão de visista.
- Oh, desculpe, é que não vejo, importa-se de me pôr na mão.
Olhei-o bem.. e reparei que trazia o orientador. Foi sem dúvida o homem mais gentil que alguma vez conhecera. Divertimo-nos bastante, e por fim disse-me:
- faculdade visual, para que preciso?? Se de ti, preciso apenas sentir o perfume que exalas do teu corpo?



Quando cheguei ao prédio vi um sem abrigo a minha porta.
- vi um anjo. Disse ele.
Atirei uma nota de 5€ pois não queria acabar com a ilusão daquele pobre homem.

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